Mata d'el Rei - Retriever do Labrador
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Velho amigo de guerra

No semestre passado, enquanto faziam uma patrulha em Marjah, no Afeganistão, fuzileiros navais mataram a tiros um cachorro local que cometeu o engano de atacar seu labrador. O capitão Manuel Zepeda, comandante do Segundo Batalhão da Sexta Divisão dos Fuzileiros Navais, não pediu desculpas. Se o labrador da patrulha fosse ferido, perderiam a melhor arma para detectar bombas à beira da estrada.

O cachorro que acompanhou o recente ataque da força de operações especiais da Marinha norte-americana ao complexo de Osama Bin Laden gerou uma onda de interesse pelos cães militares, usados pelos Estados Unidos desde a Primeira Guerra Mundial. Agora, eles estão mais valorizados do que nunca.

As tropas americanas já estão começando a se retirar do Afeganistão, mas mais cães estão indo para lá. Em 2007, os fuzileiros começaram um programa-piloto com nove cachorros detectores de bomba, número que já soma 350. Até o fim do ano, o total deve estar acima de 650.

Ao todo, cerca de 2.700 cães trabalham para o serviço militar norte-americano. Há uma década, eram 1.800.

– A maior parte do público não sabe como esses cachorros são importantes para a segurança nacional – defende Gerry Proctor, porta-voz dos programas de treinamento da Base da Força Aérea Lackland no Texas, que também abrange a Escola Canina de Serviço Militar.

Os cães são usados para proteção, perseguição, rastreamento, busca e resgate, mas os militares cada vez mais contam com eles para localizar as bombas caseiras, responsáveis pela maior parte das vítimas no Afeganistão. Por ora, nenhum ser humano ou tecnologia desenvolvida por humanos se sai melhor nessa tarefa.

Entre os militares, as raças escolhidas são geralmente pastor alemão e pastor belga, mas fuzileiros navais no Afeganistão usam labradores puros por causa do bom nariz e de seu temperamento dócil e fácil de agradar. Os labradores acompanham muitas patrulhas a pé na província de Helmand, no sul do país, caminhando sem guia a pouca distância dos detectores de bomba. O custo do treinamento do animal pode chegar a 40 mil dólares.

Os laços nascidos entre os labradores e seus tratadores fuzileiros já servem de mote para histórias de guerra comoventes, mas poucas tiveram o impacto emocional daquela envolvendo o soldado raso Colton Rusk, fuzileiro de 20 anos, atirador de metralhadora e tratador de cães, morto em dezembro por um franco-atirador em Sangin, uma das regiões mais perigosas de Helmand.

Durante sua missão, Rusk enviava aos pais diversas fotos e notícias sobre seu amado cão detector de bombas, Eli, um labrador preto. Quando foi baleado, Eli rastejou sobre o corpo de Rusk para tentar protegê-lo. O cão, de três anos, primeiro nome dos sobreviventes listados no obituário de Rusk, foi aposentado antecipadamente do serviço militar e adotado pelos pais do fuzileiro, Darrell e Kathy.

Após a cerimônia de reforma do cão, em fevereiro, na base de Lackland, evento que gerou muita cobertura da imprensa texana, a família de Rusk levou Eli para casa.

– O quarto de Colton foi o primeiro lugar aonde ele entrou. Ele ficou cheirando e pulou em sua cama – lembra Kathy.

Até agora, do contingente de 350 labradores, apenas 20 foram mortos em ação, a maioria por causa da explosão de bombas caseiras, segundo oficiais militares. No caso do Comando de Operações Especiais, 34 cães foram mortos no cumprimento do dever entre 2006 e 2009, segundo o major Wes Ticer. Os cachorros que sobrevivem recebem novas missões, que podem chegar até quatro. Eles se aposentam aos oito ou nove anos.

Para os norte-americanos, cansados com quase dez anos de guerra, os cães são uma forma de se identificar, como comprova a condição de celebridade do Comando Canino. Poucos entendem melhor o apelo de cães em batalha do que a jornalista Rebecca Frankel.

Recentemente, ela publicou um ensaio fotográfico intitulado “Guerra Canina”, com suas imagens preferidas de cachorros pulando de helicópteros, saltando de paraquedas a nove mil metros de altitude e descansando com os fuzileiros navais.

– Muitas pessoas ficam com as pernas bambas com esses cães. Eu também fico, mas sua contribuição é significativa. São cachorros sérios – brinca Rebecca.

in: http://www.jb.com.br/jb-premium/noticias/2011/05/27/amigo-velho-de-guerra/

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